sexta-feira, 15 de junho de 2007

Recordo-te


Homem bravo, lider, soldado da paz, cheio de vida e de luz.
Enchias tudo por onde passavas com a tua constante vontade de brincar, com o teu sorriso.
Eu na minha inocência de criança veneráva-te, orgulhava-me de ti (ainda me orgulho).

Mais tarde veio a doença, que te prendeu os movimentos, fez de ti um homem frágil, de olhar perdido no vazio, aí eu já não era tão criança, a inocência já havia sido quebrada. Mas continuavas a ser o meu orgulho, sempre foste.

Todos viam como a doença te envelheceu, mas eu continuava a olhar para ti como um astro, altivo e luminoso, sim porque mesmo muito doente, mesmo de olhar triste perdido no vazio, tu marcavas a tua presença.

Aí de alguma das tuas meninas que entrasse em casa sem te comprimentar, era como um ritual, custou a desabituar quando partiste.

Demonstravas o teu carinho por nós de uma forma singular, assim como cada uma no seu lugar, não é que gostasses menos de alguma! Mas sim que a forma de o demonstrares era diferente, de tal forma que todas ficamos com pedacinhos teus, só nossos.

A Rita na tua doença foi o ai jesus, a tua maior preocupação, aquela a quem só conseguiste ver o rosto uma vez, num contraste entre luz e sombra que ajudou os teus olhos cansados e doentes.

Avô hoje é aniversário do teu nascimento, e embora à 10 anos não seja motivo de comemoração, é um dia sempre recordado com muito carinho, saudade e emoção, porque tu continuas aqui bem presente nos nossos corações.
(Xena)

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